quarta-feira, 23 de abril de 2008

Jovens procurados por tráfico


Matéria da RJTV 2º Edição:


Jovens procurados por tráfico


A polícia procura outros quatro integrantes de uma quadrilha que seria formada por traficantes de favelas e jovens de classe média de Niterói.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça levaram policiais, na quarta-feira, até quatro jovens de classe média, moradores de Niterói, acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Outros três suspeitos já tinham sido presos no domingo.
“Estamos detectando que os traficantes, que estão no morro, para aumentar a venda e o poder de penetração, estão formando verdadeiras estruturas no asfalto. Alguns usam os jovens para alugar apartamentos e comprar veículos”, disse o delegado Luiz Marcelo Xavier.
Os jovens, além de consumidores de maconha e cocaína, também ajudariam a vender droga em Niterói e na Zona Sul do Rio. Em uma das gravações, um rapaz, identificado como Rodriguinho, conversa com a namorada sobre a inscrição que fez em um concurso para a polícia:
Rodriguinho - Em favor da Faepol. Faepol é que manda em toda a Polícia Civil. Concurso investigador policial...
Namorada - Você vai se dar bem...
Rodriguinho – E eu vou te dar uma pistola, para você andar com ela...
Na delegacia, Rodriguinho reclamou com os policiais: “São dois anos da minha vida estudando para a Polícia Civil. A prova vai ser domingo agora, acho que vou ficar agarrado.”
Entre os presos há também uma estudante. Os pais que descobrem o envolvimento dos filhos com drogas se desesperam: “Eu procurava me esconder disso. Não queria acreditar que isso estivesse acontecendo, apesar dos sintomas, das notas baixas, do isolamento. Ele, muitas vezes, se tornava arredio, agressivo”, contou um pai, que prefere não se identificar. Especialistas que lidam com dependentes químicos afirmam que a quebra de valores sociais e a desestruturação familiar são as principais causas do problema. E que os pais devem investir no diálogo.
“Tem que conversar com um filho, saber o que está acontecendo e procurar ajuda especializada, porque nenhum pai e nenhuma mãe têm condição de lutar sozinho contra as drogas que o filho usa”, ressaltou Fernanda Guimarães, da Associação de Pais e Amigos de Dependentes.

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